É muito complicado falar do tempo da ditadura
militar. Há quem defende e há quem abomina. E vejo debates ferrenhos no Facebook
de gente que sente saudade daqueles tempos brigando com quem é contra.
Porém, a palavra ditadura não é bem vinda pela
maioria porque ela agride tudo que se imagina de liberdade.
Aqui no Brasil, o trauma é tão grande que quando é tocado neste tema imediatamente é lembrado o período de 1964 a 1982.
Aqui no Brasil, o trauma é tão grande que quando é tocado neste tema imediatamente é lembrado o período de 1964 a 1982.
O que eu acho incrível é que muitos jovens se
arrepiam e se alteram em falar daquela época em que nem eram nascidos.
Eu era muito pequeno e não lembro bem do
período crítico porque conforme foi passando os anos, tudo foi ficando mais
ameno, mas estou consciente que foram cometidos muitos excessos e muita gente
morreu.
Naquele tempo, as eleições eram apenas para
senadores, deputados, vereadores e prefeitos de cidades não estratégicas. Os
presidentes, governadores e prefeitos de capitais, cidades de fronteira e
hidrominerais eram nomeados.
Para manter a maioria no congresso, a
situação inventou o senador biônico que ocupava um lugar no senado devido à
nomeação, pelo presidente, com poderes iguais aos dos senadores eleitos pelo
povo.
Existiam apenas o partido da situação, a
ARENA – Aliança REnovadora NAcional, e o da oposição, o MDB – Movimento
Democrático Brasileiro.
Com a anistia e o fim da ditadura, alguns
políticos exilados voltaram e os partidos sofreram mudanças. A ARENA virou PDS
com praticamente todos os integrantes e o MDB colocou o “P” virando PMDB
mantendo sua essência, porém perdendo filados para os novos partidos que se
formaram PP, PDT, PTB e PT. O PP nem saiu das fraudas e voltou a fundir-se com o
PMDB ficando então quatro partidos de oposição.
As eleições diretas faziam parte desta nova
fase do Brasil, então a partir 1982 passamos a ter o direto de votar em
governadores e prefeitos, mas não ainda em presidente cuja eleição só aconteceu
em 1989.
Todo mundo sabe quem é Paulo Maluf. O que pouquíssima
gente lembra e muitos nem sabem é que ele poderia ter sido o primeiro
presidente civil do Brasil depois do regime militar. A primeira eleição para presidente,
após o golpe, foi de forma indireta, em 1984, cujos eleitores pertenciam ao congresso
nacional. O PDS tinha maioria, logo o presidente brasileiro não tinha como ser
de outro partido mesmo que a oposição se unisse. Entretanto, ocorreram as
prévias do PDS entre o candidato do então presidente Figueiredo, o Coronel
Andreazza e Paulo Maluf da outra chapa. Ainda com resquícios da ditadura
militar, na pesquisa de opinião a vitória de Andreazza seria esmagadora. Porém,
como a eleição prévia foi fechada, deu Maluf de lavada. Isto fez com que muitos
dos derrotados, por restrições ao Maluf, rompessem com o PDS fundando o PFL.
Este partido novo se ofereceu para se juntar com a oposição desde que o
candidato a vice fosse o seu líder José Sarney. Logo, PDS perdeu a maioria e a
esquerda, após 20 anos, conseguira colocar um presidente a frente da
administração do Brasil. Conseguira? Não! Por uma fatalidade, o homem da
conciliação opositora e eleito indiretamente, Tancredo Neves faleceu sem ao
menos ter tomado posse e levando com ele as esperanças de muitos brasileiros.
Assim assumiu o seu vice. A esquerda levou 20 anos para tomar o poder para em
poucos dias devolvê-lo à direita.
O que podemos tirar de tudo isto é que se as
prévias, método usado na época para ver o preferido da maioria do partido,
fossem respeitadas, Paulo Maluf teria realizado seu maior sonho. Não estou
dizendo que ele mereceria ter sido vitorioso ou não, e sim que se os políticos puxam
o tapete deles mesmos, como nós poderemos confiar?
Depois vieram as eleições diretas e tudo que
nos deixou felizes. Poder votar em quem quiser e liberdade de expressão era
tudo que desejávamos.
No entanto, de lá para cá presenciamos trocas partidos, corrupção ativa e
passiva, criação de inúmeros partidos e a situação do país oscila entre
progresso e regresso. A saúde degrada a cada ano, e analfabetismo funcional
aumenta junto com a criminalidade.
Aí eu penso: Não estaríamos nós vivendo hoje
em uma ditadura disfarçada? O congresso
vota o que quer e quando quer e um presidente seja bom ou ruim, depende de
conchavos para poder aprovar emendas e outras coisas. Isto não nos faz reféns
da vontade deles?
É muito comum ver que em algumas regiões os
partidos fazem alianças e são os melhores amigos enquanto que em outros lugares
ou a nível nacional são inimigos políticos e um quer ferrar com o outro. Isto é moral?
Porém, a pergunta que não cala na minha
cabeça: O PT que é um dos partidos que sempre lembra a ditadura como péssimo
exemplo, faz campanha em cima disto, quer processar os militares, não é
amiguinho demais de Cuba, Venezuela, Bolívia e outros que tem ditadores como
líderes?
Realmente meu amigo, acredito que hoje vivemos essa ditadura disfarçada. Em outras palavras, de que vale a democracia se as opções que nos colocam de voto são todas partes de um mesmo sistema, um complô? Esse ano votarei em BRANCO tanto para presidente quanto para governador, não por ser um reacionário, mas por já conhecer de cor de salteado as fichas de todos os candidatos e ter a certeza que nenhum deles é um boa opção de voto. Trocar seis por meia dúzia não resolverá os problemas deste país. Tenho 28 anos e não presenciei a ditadura militar, no entanto, pelo pouco que estudei do assunto, acredito que apesar de todos os excessos algumas características dessa fase ajudavam no desenvolvimento do país. Quem nunca ouviu alguém mais velho dizendo: Na minha época a gente estudava de verdade, respeitávamos nossos professores e nossos pais? Essa disciplina e respeito é um comportamento atípico nos dias de hoje. A educação pública está um caos, alunos agridem professores, ninguém leva o estudo à serio, fingem que estudam enquanto professores fingem que educam e o que vale no fim das contas é a estatística maquiada que o governo faz questão de exibir. Um farsa!
ResponderExcluirSem contar essa república que se tornou uma monarquia disfarçada: Na Bahia o poder passou do ACM para o ACM Neto, no Maranhão a família Sarney governa tudo há muitos anos, no Pará o Jader Barbalho está praticamente entregando o governo nas mãos do seu filho Helder Barbalho e no Tocantins, a mesma situação, o Siqueira Campos renunciou para que seu filho pudesse se candidatar ao governo. De pai para filho? Que república é essa? E na bandeira em pouco será possível se ler: Desordem e regresso.
O POETA E A MADRUGADA
opoetaeamadrugada.blogspot.com
Vivemos numa verdadeira anarquia.
ResponderExcluirEles fazem o que querem e nós que pagamos a conta.
Palavras da vida
Olá Claudio, boa tarde!
ResponderExcluirNão gosto de discutir politica, o que sei é que vamos de mal a pior sem que nada seja feito. O povo sofre por escolhas mal feitas, mas, sera que no meio dessa sujeira toda existe alguém em quem possamos confiar? Pra mim também vivemos numa ditadura disfarçada.
Beijos com carinho
Marilene
Pior que tem razão.
ResponderExcluirConcordo com todos, inclusive com o voto em branco que vou utilizar esse ano!!
ResponderExcluirOI CLAUDIO!
ResponderExcluirUMA AULA DE HISTÓRIA.
AS INCOERÊNCIAS DO PT, NOS OFENDEM, FALAM DA DITADURA E A EXERCEM DESAVERGONHADAMENTE E SE NÃO ABRIRMOS OS OLHOS, QUANDO NOS DERMOS CONTA SERÁ TARDE DEMAIS.TOMARA QUE O POVO REVERTA A SITUAÇÃO NAS URNAS, OU PAGAREMOS CARO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/