Fez
uma semana muito quente. Eu e minha namorada fomos à praia.
O
sábado foi alternado entre sol e chuva, mas o domingo fez um lindo dia de sol.
Porém, acordamos tarde.
Como
havia muita coisa para fazer não perdi tempo escolhendo roupas, até mesmo,
porque acho que isto é coisa de mulher. Então, abri a mala de roupas que fica
na praia e peguei uma cueca marrom, mais para cor de burro quando foge. É uma
corzinha que eu não curto muito. Nem sei como fui comprar aquilo. Deve ter
vindo em um pacote que se compra em lojas populares. Daqueles bem baratinhos
que não dá para escolher as cores porque vem com o envelope lacrado com umas
cinco cuecas e que sempre tem uma cor que a gente não gosta.
Bom,
vesti a tal e depois meu calção e fui fazer as atividades que me esperavam,
evidentemente, após o café da manhã com minha amada.
Enquanto
eu fazia o meu trabalho, percebi que o elástico da cueca havia cedido e que
esta seria a última vez que eu a usaria porque a mesma não dava mais condições
de uso. A preguiça de trocá-la é que foi o problema, e depois, além de eu estar
em casa e poder dar a puxadinha básica ela prendia na cintura de vez em quando.
Tudo
estava bem quando a minha querida namorada resolveu dar uma volta na beira da
praia e me fez um convite meio que intimativo. Eu tive que ir.
O
fato é que como a danada da cueca estava presa eu não me dei conta do defeito e
fui do jeito que estava.
A
situação estava tranquila até que a cuequinha resolveu dar o ar da sua graça e
quis obedecer a lei da gravidade.
Quando
ela descia, eu dava uma puxadinha. Discretamente colocava a mão por trás entre
as minhas costas e o calção e a colocava no lugar. Porém, ao chegar à beira da
praia, que estava lotada, toda vez que eu ia dar uma arrumadinha parecia que
tinha alguém olhando pronto para dar risada ou dizer:
–
Noooosa! Que feio.
Com
isso, eu abandonei a puxadinha e me dei por vencido pela descoberta de Isaac
Newton.
O
ruim é que a cretina cuequenta resolveu descer demais e foi abaixo da poupa da
busanfa ficando muito desconfortável. Para ajeitá-la, do jeito que estava não
poderia ser de uma forma tão discreta. Eu teria que meter a mão lá em baixo
mesmo e puxar. Isto chamaria muita atenção, então não fiz.
Eu
poderia entrar no mar para arrumar, mas temi que com o peso da desgraçada
molhada a situação ficaria pior.
Ao
ver minha agonia, minha namorada me questionou e eu tive que contar. Aí, ela
teve a brilhante ideia:
– Eu
puxo para ti.
– Mas
farás isto?
– Simples!
Metendo as duas mãos lá dentro e puxando.
Era
uma situação inusitada e embaraçosa. Ela me abraçou e colocou as mãos por
dentro do meu calção, mas vinha uma família com crianças e mulheres que ficaram
olhando com desaprovação. Algumas pessoas até fizeram o tradicional “não” com a
cabeça. Apesar dos olhares desaprovadores, eles poderiam passar batidos se não
fosse o que minha namorada falou:
–
Calma gente! Eu só quero pegar a cueca dele.
Foi
um alvoroço geral. Imagina o que passou pela cabeça daquela gente. Algumas mães
taparam os olhos das crianças, outras os ouvidos e alguns os seus próprios
olhos. Os menos carolas meteram o olhão mesmo para ver no que ia dar.
Eu
disse:
–
Vamos embora logo para não sermos linchados.
Saímos
rapidamente dali, com aquele pano pendurado no meio das minhas pernas, dando
passos cadenciados para eu não cair.
Quando
o desespero começou a bater e a minha namorada morrer de rir, a vez de ter uma
brilhante ideia foi minha.
–
Vou tirá-la – disse eu.
–
Como? – perguntou ela na maior gargalhada.
–
Pense em um gênio: Eu! Vou dar um
presente para Poseidon, o Deus do mar.
Entrei
no mar, me agachei, tirei uma perna do calção seguido da cueca. Agora era só
colocar de volta a perna do calção e puxar a cueca por baixo da outra perna.
Muito fácil. Fácil mesmo, se não fosse pelo vagalhão que me pegou de surpresa e
fez com que eu virasse várias cambalhotas mostrando aquilo que mamãe passou
talquinho.
O
que poderia ficar pior, ficou. O meu calção foi parar na areia e a cueca sei lá
onde. Vai ver o Poseidon veio pegar o presente que eu havia dito que daria.
Enquanto
minha quase ex-namorada virava um croquete rolando na areia de tanto dar risada
eu pensava se valia pena tomar dois processos, um por atentado ao pudor e outro
pela Lei Maria da Penha. Quando eu estava quase decidindo, uma senhora, de uns
80 anos, pegou o meu calção, trouxe até mim e disse:
–
Toma! Isto acontece. Uma vez aconteceu com o meu falecido marido.
Como
eu já tinha pagado o mico mesmo, levantei da água mais nu que Adão no paraíso e
vesti o calção. Sorri para a senhora e agradeci.
Achando
que já tinha passado por tudo para um Domingo e ela me deu um tapa na bunda e
disse:
– De
nada, bundinha gostosa.
Esta é uma estória de quase ficção. Qualquer semelhança é pura quase coincidência.
Montagem: Letícia Spezia
Idealização: Opróprio.
Adorei de paixão esse conto!
ResponderExcluirrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
Que senhora de 80 anos avançada!Muito legal mesmo, pois os mais jovens recriminando e ela numa boa só ajudou e ainda elogiou!!!!!!rsrsrsrsr
Um barato essa velhinha!!!!!
Quero ficar assim......rsrsrsrsrs
bjus e bom final de semana!
http://www.elianedelacerda.com
Rachei! Me diverti muito!
ResponderExcluirEita Claudio, só você mesmo para me fazer rir aos montes.Suas histórias são sempre hilárias.
ResponderExcluirAdorei o que a velhinha fez contrariando todo o povo mais jovens.
Beijos com carinho
Marilene
Sensacional;
ResponderExcluir