domingo, 1 de junho de 2014

Jogo da vida, de Bia

        Nossa convidada de hoje é Bia, autora do blogue Dose Certa. Goiana, 19 anos, B. carinhosamente como é chamada, é alguém que adora o inconveniente, o estranho, o obscuro. Alguém que se julga diferente, exótica, excêntrica e que se debruça em palavras para revelar o seu verdadeiro eu.


Jogo da vida

Marcos, após muito tempo inerte, avançou uma casa no tabuleiro de jogo da sua vida. Encontrou Anna e descobriu nela um motivo para seguir em frente. Ficou feliz por alguns dias ou até mesmo semanas, mas logo fora empatado pelo destino. Os dados eram lançados, deixava com que o azar tomasse as rédeas de seu caminho e voltava atrás, até regressar ao “start”.
Era sempre assim, um passo à frente: a esperança renovada, o desafio para chegar ao fim da partida. No entanto, tempos mais tarde, tudo caía por terra.  Sentia-se obrigado a retroceder àquele local onde lhe era confortável o suficiente, para não arriscar perder ou ganhar. Não teria nada a temer.
Procurava enfrentar os seus próprios dragões, porém quando estava frente a frente com os monstros, desistia. Vez ou outra conquistava algumas recompensas quando seguia à diante na partida. Ficava ao lado da amada, sentia-se alegre, mesmo que por poucos segundos. Porém, não era o bastante.
E permanecia nesse vai e vem, em busca de chegar ao “finish” e então conquistar a sonhada liberdade. Liberdade esta que permanecia somente nos sonhos, no mundo irreal e fantasioso de Marcos. Contudo, enquanto tentava resolver seus impasses, esquecia-se que Anna já estava há léguas de distância dele. Será que ainda poderia alcançá-la?
Pôs-se a correr em direção à sua garota. Avançava duas, três, várias casas, incessantemente. Jogou os dados de lado e apostou em si mesmo. Era tarde. Anna já havia chegado ao fim.


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