terça-feira, 4 de novembro de 2014

Resenha: livro A rainha dos condenados, Anne Rice

   Olá, como passaram a semana? Continuando no clima sombrio do último post da coluna, venho falar sobre o livro "A rainha dos condenados", escrito pela Anne Rice e publicado no Brasil pela Editora Rocco.

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   "A rainha dos condenados" é o terceiro livro da série Crônicas Vampirescas. É possível entender a história mesmo sem ter lido os livros anteriores (ainda mais se você tiver lido as sinopses e/ou algumas resenhas deles), o que é essencial das duas primeiras histórias é contado resumidamente no terceiro livro.
   Tudo começa com o lançamento de um livro chamado "Entrevista com o Vampiro", um repórter teria entrevistado o vampiro Louis que contou sobre sua vida desde que se tornou imortal. Embora os leitores de tal obra não tenham certeza se é realidade ou ficção, o assunto do momento passa a ser os vampiros.
   Aproveitando que o assunto está em alta, o vampiro Lestat lança uma autobiografia e um disco. Mais uma vez o público não tem certeza se Lestat é mesmo um vampiro ou apenas mais um astro de rock excêntrico e estiloso, o fato é que ele faz um grande sucesso.
   A música de Lestat chega aos ouvidos de Akasha, a mãe de todos os vampiros, a rainha dos condenados. Com mais de seis mil anos de existência, ela estava adormecida em um santuário. A música de Lestat desperta Akasha.
   "Aquele paradoxo fazia minha cabeça girar. E meus ínfimos planos não muito anteriores estavam ali para me atormentar: desejara que o mundo dos mortais me conhecesse, desejara ser a imagem do mal no teatro do mundo, e assim fazer o bem...
   (...) E havia uma vozinha sussurrando em meu ouvido, martelando-me  com o velho ditado: tome cuidado com aquilo que desejar, pois seu desejo pode se realizar."  (página 456)
   O problema é que Akasha tem uma visão distorcida da realidade e planos de mudar o mundo de uma forma extremamente radical, colocando a vida de humanos e vampiros em risco.
   Para tentar detê-la, um grupo de vampiros de diferentes idades se reúne em busca de uma saída. A partir dessa reunião conhecemos toda a história do surgimento dos vampiros que ocorreu há mais de seis mil anos.
   "- Masculino e feminino. Será que a questão sempre foi só essa? - sussurrei." (página 452)
   "- Como é possível romper um ciclo de violência com mais violência desenfreada?" (página 527)

   O livro é grande (592 páginas) e divido em partes, algumas partes focam em um personagem específico. É uma leitura demorada e com uso de uma linguagem digamos que hipnotizante ou embriagante em alguns trechos, principalmente quando se trata do irresistível Lestat narrando a história!
   Caso alguém não saiba, não sou fã de livros cheios de violência e mortes. "A rainha dos condenados" tem muito derramamento de sangue! Talvez, por eu ter intercalado com outras leituras, a história não tenha sido assustadora. É o tipo de livro que minha mãe ficaria horrorizada se soubesse que eu estava lendo. A vontade de descobrir como tudo ia terminar é que me fez continuar lendo até o final, e valeu a pena.
   O livro tem também algumas partes divertidas e outras que nos fazem pensar sobre a vida:
   "Os encontros ficaram cada vez mais compridos. As conversas, as discussões e as brigas tornaram se regra. Uma vez Armand arrastou Daniel para fora da cama em Nova Orleães e gritou com ele:
   - Pegue o telefone, quero que ligue para Paris, quero ver você falar com Paris.
   - Merda, ligue você - Daniel rugira de volta. - Tem quinhentos anos de idade e não sabe usar um telefone?Leia as instruções. Afinal, você é um imortal idiota? Não vou fazer isso!"  (página 110)

   "Nesta época de agora existe uma horrível solidão. Não, escute. Naquela época morávamos seis ou sete em cada quarto, quando eu ainda era um dos vivos. As ruas das cidades eram mares humanos; e agora, nestes prédios altos, almas ignorantes vivem em luxuosa privacidade, contemplando através da janela de uma televisão o mundo distante onde se beija e se toca. Ficar sozinho assim deveria criar algum grande fundo de conhecimento coletivo, algum novo nível de consciência humana, um curioso ceticismo." (página 113)

   "- Acho que não sabemos o que é real ou não - dissera sem querer. - Se a gente olha para alguma coisa durante muito tempo, de repente essa coisa se torna monstruosa." (página 195)

   Uma coisa que gostei é que "A rainha dos condenados" foi lançado na década de 80, mas em nenhum momento senti que estava lendo um livro "antigo", poderia perfeitamente ser um livro escrito nos dias de hoje.
   Sobre a parte visual e gráfica: a capa não tem orelhas, as folhas são brancas e o tamanho das margens e das letras é bom.

   Detalhes: 592 páginas, ISBN: 8532500315, Skoob. Onde comprar online: Livraria da Folha, Saraiva (é um livro relativamente caro, por isso, vale pesquisar em sebos ou tentar trocar com quem já tenha lido).

   Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado do post. Alguém aí já leu "A rainha dos condenados", algum outro livro das Crônicas Vampirescas ou da Anne Rice?

   Ps.: tem sorteio da trilogia A Seleção no blog Pétalas de Liberdade, clique aqui e participe.

Até semana que vem!

Maria (blogTwitterfanpage, G+Instagram)

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