quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Top 5 - Filmes Iranianos

O cinema iraniano contém uma sensibilidade única, a maioria das histórias são simples, o cotidiano e objetos comuns se tornam algo grandioso. Selecionei cinco, mas existem outras maravilhas, para quem ainda não conhece, estes são uma ótima porta de entrada. Aproveitem!

Filhos do Paraíso (Bacheha-Ye Aseman - 1997) de Majid Majidi
Ali (Amir Farrokh Hashemian) é um menino de 9 anos proveniente de uma família humilde e que vive com seus pais e sua irmã, Zahra (Bahare Seddiqi). Um dia ele perde o único par de sapatos da irmã e, tentando evitar a bronca dos pais, passa a dividir seu próprio par de sapatos com ela, com ambos revezando-o. Enquanto isso, Ali treina para obter uma boa colocação em uma corrida que será realizada, pois precisa da quantia dada como prêmio para comprar um novo par de sapatos para a irmã.
Repleto de sutilezas, a simplicidade é a grande marca nesta pequena obra de arte, faz com que pensemos nos verdadeiros valores, aqueles que esquecemos com o tempo.

Gabbeh (1996) de Mohsen Makhmalbaf
Um casal idoso segue sua rotina de limpar o gabbeh, um tapete com um desenho intrincado. Magicamente, uma jovem aparece e passa a ajudar os dois. Ela pertence ao clã cuja história é narrada nas imagens do tapete, especialmente o romance que envolveu a tal jovem e um estranho do clã.
Pura poesia, um filme que retrata tradições, é impressionante a beleza que o longa traz.

A Canção dos Pardais (Avaze Gonjeshk-Ha - 2008) de Majid Majidi
Karim trabalha numa fazenda de avestruzes fora de Teerã. Leva uma vida simples e feliz com sua família numa pequena casa, até que um dos avestruzes foge, e ele é responsabilizado pelo prejuízo e demitido da fazenda. Um dia, Karim viaja para a cidade a fim de consertar o aparelho de audição de sua filha mais velha e acaba sendo confundido com um mototáxi. Assim começa sua nova profissão: transportar pessoas e encomendas pelo tráfego pesado. Mas as pessoas e as encomendas com as quais ele lida diariamente começam a transformar seu caráter honesto e generoso, para o desgosto de sua esposa e filhos, que devem empreender a tarefa de restaurar os valores que ele uma vez alimentou.
Retrata sentimentos que acometem a qualquer tipo de ser humano, às vezes tornando-se diferente do que se é de verdade, o filme traz um personagem que tem seus valores colocado em xeque em uma sociedade que só pensa em consumir. É poético e de uma beleza imensurável.

Tartarugas Podem Voar (Lakposhtha Parvaz Mikonand - 2004) de Bahman Ghobadi
Em uma vila de curdos no Iraque, na fronteira entre o Irã e a Turquia e pouco antes do ataque americano contra o país, os moradores locais buscam desesperadamente uma antena parabólica, na intenção de ter notícias via satélite.
Intenso e poético, a realidade se faz presente neste longa e que apesar da destruição da guerra, e a pobreza, há espaço para bons sentimentos. Brilhante!

O Silêncio (Sokout - 1998) de Mohsen Makhmalbaf
Numa aldeia na fronteira entre o Irã e o Tadjiquistão, Khorshid, um menino cego desenvolve um ouvido aguçado para construir o mundo que não consegue enxergar. Vivendo apenas com sua mãe que passa o dia pescando, ele fica com a missão de ganhar o dinheiro para casa trabalhando afinando instrumentos. Acompanhamos alguns dias desse garoto que sob pressão para conseguir pagar o aluguel atravessa diversas dificuldades, como o trajeto do trabalho em que faz de ônibus.
Cheio de simbolismos e poesia. Simples, mas magnânimo ao mesmo tempo. O cinema iraniano tem essa característica tão linda que faz nos encantar com obras singelas, histórias que aos olhos de pessoas sensíveis tornam-se preciosidades. É delicado, suave e a música se une de maneira uniforme com as imagens, é tão visual, quanto auditivo!

3 comentários:

  1. Esse filme deve ser ótimo nunca ouvi falar, mais ótima resenha
    Blog: http://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br
    Canal de youtube: http://www.youtube.com/NekitaReis

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  2. São muito bons: Já assisti alguns filmes iranianos:
    A cor do Paraíso
    A fonte das mulheres co produção frança /irã
    O Balão Branco

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  3. Nossa! Eu não sabia que i Irã tinha cinema.
    São tão atrasados.
    Adorei.

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