sábado, 18 de outubro de 2014

Eleições, mitos e piadas


Já terminou o primeiro turno das eleições, então tá mais do que na hora de eu falar algumas coisas. Não vou fazer propaganda partidária, pelo menos não agora, pois sempre procurei separar o meu hobby, que é o Histórias, estórias e outras polêmicas de política, apesar de que alguns textos falam sobre isto, mas são sobre fatos e não candidatos. Só não sei se vou resistir até o dia 26 – risos.

É mito dizer que voto branco ou nulo conta para quem está na frente. Isto é uma grande falta de informação. Anular o voto, o mesmo serve para votar em branco, pode sim ajudar quem está ganhando e não contar como voto. Eu explico: Um candidato a presidente, governador ou prefeito de cidades com mais de 200mil eleitores estará eleito se conseguir 50% dos votos válidos + 1. Vejam bem, é outra coisa errada dizer que ele precisa de 51%, pois tem muita diferença neste cálculo. Ele pode ser eleito no primeiro turno com 50,00000001% dos votos válidos, pois qualquer coisa maior que 50% é maioria.
Os votos válidos são compostos pela soma dos votos em candidatos de cada cargo acima citados, ou seja, votando nulo ou branco tu estás excluindo teu voto deste cálculo e diminuindo os votos válidos. Isto faz com que o candidato que está na frente precise de menos votos para chegar ao número que precisa. Aí é que ele é ajudado.
Vamos fazer um cálculo simples. É claro que com valores simbólicos em uma amostragem pequena. Então, dentro da nossa simulação vamos supor uma cidade com 1000 eleitores, a votação do quadro abaixo e que tu sejas um eleitor que tenha votado nulo.
Veja o quadro: 

Como podemos ver com esta combinação de votos, o candidato Juca Macieira foi eleito no primeiro turno. Porém, se tu não votares nulo e sim no candidato José Jaqueira, que pelas pesquisas não tem chances de ir para o segundo turno, veja o que acontece no novo quadro:



            Repare que o percentual sobre o total de votos do Juca Macieira não se alterou e sim o percentual de votos válidos. Logo, seu voto, mesmo que em um candidato que não foi para o segundo turno mudou os rumos da eleição uma vez que agora ela tem 50% dos votos válidos para um candidato e 50% para os demais. Lembre-se que eu falei lá em cima que é preciso 50% + 1 e este caso está matematicamente empatado, logo a segunda fase da eleição é necessária.

            Outro mito é dizer que há necessidade de um número de votos válidos para que a eleição seja homologada, portanto se a maioria votasse em branco e nulo a eleição seria anulada. É um ledo engano. Vamos fazer uma nova suposição. Pegamos nossos candidatos que por sua causa se enfrentarão no segundo turno. Imagine ambos casados com dois filhos, mas somente o Adão Pereira tenha mãe viva, que estes parentes citados são fieis ao patriarca e que indiscutivelmente votarão respectivamente. Supomos também que todos os demais eleitores anularão o voto. O candidato Adão ganhará a eleição por um voto.  Não importa quantos votos válidos terão. Quem fizer mais leva independente do número de válidos. E se der empate, ganha o mais velho mesmo que seja por minutos.


            É uma piada um cara como o Tiririca ter uma votação como teve. Isto é o próprio povo brasileiro se fazendo de ridículo. O pior é que com ele, entram alguns deputados com votação inexpressiva que mal conhecemos por causa da legenda partidária. Isto é outra coisa que poucos eleitores sabem. Um candidato pode ter uma excelente votação e não entrar se o partido dele não tiver certo número de votos e outro como oTiririca pode levar de carona um monte de mal votados. Depois o povo reclama que estamos mal representados politicamente.

            Mais piada ainda são as coligações. Vejam bem. No segundo turno do meu estado, o Rio Grande do Sul, estão disputando os candidatos do PMDB e PT. Certamente trocarão podres, acusações e mais tudo, claro que democraticamente. Só que para a presidência o PMDB apoia o PT e certamente serão só elogios. Tem coerência isto? Tá certo! Quem disse que política tem coerência?

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