terça-feira, 29 de julho de 2014

Resenha: livro "Capitães da Areia", Jorge Amado

   Olá pessoal, como passaram a semana? Espero que bem. Hoje venho falar sobre o livro "Capitães da Areia", escrito por Jorge Amado em 1937.
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   O livro conta a história de meninos abandonados que moram em um velho galpão e formam o grupo conhecido como Capitães da Areia. Alguns dos integrantes desse grupo são: Pedro Bala que é o chefe do bando; o Professor, único que sabe ler e gosta de desenhar; Gato e Boa-Vida que tem jeito malandro; Sem-Pernas, coxo e talvez, o mais revoltado do grupo; Volta Seca, o afilhado de Lampião; João Grande que é chamado de o negro bom por causa de seu grande coração; Pirulito e sua vontade de ser padre.
   Todos tem suas histórias de vidas difíceis, seus traumas e dilemas. Mas tem também seu lado bom. São personagens muito bem construídos. E Jorge Amado realmente não tinha dó de fazer suas pequenas criaturas sofrerem na história.
   No livro vemos como os personagens enfrentavam os castigos e a violência da polícia e do reformatório, as doenças que sempre fazem um estrago maior em quem não tem dinheiro para se tratar, as descobertas sexuais, os furtos, os sonhos, a solidão e o abandono; a chegada da vida adulta e o caminho que cada um toma: alguns tem um final trágico, poucos tem um final feliz.
   Foi impossível ler "Capitães da Areia" sem sentir alguma coisa: tristeza pela situação daquelas crianças, alegria quando eles estavam alegres, fascinação pela coragem e inteligência de alguns deles. Gostei do livro, mas muitas das cenas descritas são bem fortes. Meninos que viviam vidas de homens. Vocês sabiam este livro teve a primeira edição apreendida e exemplares queimados na época da ditadura?
   Infelizmente, a história de Capitães da Areia ainda existe no mundo real: muitas crianças ainda vivem como eles, sem casa e sem família, sem possibilidades de um bom futuro. E quantas vezes nós olhamos para essas crianças como se elas fossem o problema, quando, na verdade, elas são as vítimas?

   "Tinham de si apenas a liberdade de correr as ruas. Levavam vida nem sempre fácil, arranjando o que comer e o que vestir, ora carregando uma mala, ora furtando carteiras e chapéus, ora ameaçando homens, por vezes pedindo esmola. E o grupo era de mais de cem crianças, pois muitas outras não dormiam no trapiche. Se espalhavam nas portas dos arranha-céus, nas pontes, nos barcos virados na areia do Porto da Lenha. Nenhuma delas reclamava. Por vezes morria um de moléstia que ninguém sabia tratar. Quando calhava vir o padre José Pedro, ou a mãe-de-santo Don'Aninha ou também o Querido-de-Deus, o doente tinha algum remédio. Nunca, porém, era como um menino que tem sua casa. O Sem-Pernas ficava pensando. E achava que a alegria daquela liberdade era pouca para a desgraça daquela vida." (página 44)

   Ficha técnica: 280 páginas (edição de bolso), ISBN: 9788535914061, Editora: Companhia de Bolso, leia um trecho no site da editora clicando aqui, Skoob. Visite o site da Fundação Jorge Amado: www.jorgeamado.org.br. Onde comprar online: Submarino, Americanas.

   Quem aí já leu "Capitães de Areia"?

   Até semana que vem!
Maria (blogTwitterfanpage, G+Instagram)

Um comentário:

  1. Este foi, é e será um dos livros da minha vida. :):)
    Abraço, Cláudio. D

    http://acontarvindodoceu.blogspot.p

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