"El Empleo" é um curta muito inteligente e exemplifica de maneira simples mas eficaz o sistema atual: A "coisificação" do ser humano na sociedade em função do emprego.
Acompanhamos um dia de trabalho de um homem. Em seu mundo, objetos e pessoas não possuem diferenças. Dirigido por Santiago 'Bou' Grasso e roteiro desenvolvido por Patrício Plaza, o curta arrematou mais de 100 prêmios mundo afora.
Com menos de 7 minutos consegue passar a crítica de que as pessoas cada vez mais perdem a identidade e deixam de fazer coisas que gostam para simplesmente servir, são nada mais do que uma peça de quebra-cabeça. Usamos e somos usados o tempo todo, e ao final resta somente infelicidade ou indiferença. A ideia é genial e dá aquela sacudida no comodismo nosso de cada dia.
Por mais bizarra que pareça a situação, a ordem social está mantida, mas é uma realidade ilusória, onde tudo parece estar no lugar e todos têm suas pequenas fatias do bolo. Os trabalhadores precisam produzir, produzir, caso contrário não servem, é o valor medido pelo que se tem e produz, ao invés do que se é.
O rosto dos personagens representam bem o cansaço e o vazio atual, pessoas seguindo suas rotinas, com seus horários, afazeres, e nada mais. Cada um com sua função. O início mostra o homem se levantando, acendendo um abajur, que é uma pessoa, tomando café da manhã, onde cadeiras, mesa também são pessoas, assim como o meio de transporte, semáforos, dentre tantas outras coisas. O que mais impressiona é o semblante melancólico, que nos faz ficar na dúvida, se é infelicidade ou indiferença, além de reavaliar o que significa trabalho. Será que o trabalho realmente dignifica o Homem?
São minutos que valem a pena, uma verdadeira obra crítica e reflexiva! Deem atenção aos créditos finais, está sob forma silenciosa, porém exclamativa.
Eu já havia visto esse curta e como vou trabalhar nessa área de curtas, longas e etc, é claro que eu adorei. Achei que eles foram criativos e muito críticos. Acho que a expressão no rosto das pessoas é de uma indiferença, uma inconsciência da qual elas não se dão conta, afinal a "máquina" (o sistema) tem que funcionar... Acho que o trabalho que dignifica o homem é aquele com o qual ele se identifica e sente-se útil para si e para outros. Algo que realmente faça parte da essência dele. Uma pena que muitos de nós somos condenados a viver uma vida de servidão! :(
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