terça-feira, 22 de julho de 2014

Livro "Uma garrafa no Mar de Gaza", Valérie Zenatti

   128. Este é o número de páginas de "Uma garrafa no Mar de Gaza". Um livro pequeno, e arrebatador.

   Se vocês tem acompanhado o noticiário, certamente devem ter visto algo sobre o conflito entre palestinos e israelenses na Faixa de Gaza, que tem se intensificado nos últimos dias. Basicamente um disputa de território, uma guerra que parece nunca ter fim. É nessa região que se passa a história do livro que vou resenhar hoje.


   O ano é 2003. Um homem-bomba se explodiu em um café próximo a casa de Tal Levine, uma adolescente israelense que mora em Jerusalém. Atentados não são novidade para quem vive naquela região, mas esse em especial marcou Tal. Foi perto demais! Procurando uma forma de desabafar, ela decide escrever.
   "O terrorista se explodiu dentro do café Hillel. Seis corpos foram encontrado. Foi um atentado médio, ou seja, vão falar dele por dois dias, e mais um pouco nos suplementos dos jornais do fim semana." (página 12)
   "Deve ser por isso que decidi escrever: para não assustar os outros com o que tenho dentro da cabeça, e para que não decretem impulsivamente que fiquei louca." (página 13)
   Apenas escrever se mostra insuficiente, Tal sente necessidade de saber como pensa e o que sente quem está do outro lado do conflito. Mesmo sendo arriscado, ela escreve uma carta, coloca numa garrafa e pede para que seu irmão (que trabalha no exército) jogue a garrafa no Mar de Gaza.
   Tal desejava que a carta fosse encontrada por uma garota que tivesse mais ou menos sua idade. Porém, quem encontra a garrafa e responde Tal é um rapaz que usa o pseudônimo de Gazaman.
   E é a partir daí que a história se desenvolve. Através das conversas dos dois, temos os dois lados da moeda: a visão de uma jovem israelense desejando a paz e a visão de Gazaman, um palestino que vive num local cheio de restrições impostas por Israel e que, a princípio, não acredita que as coisas possam melhorar.
contracapa, Livro, Uma garrafa no Mar de Gaza, Valérie Zenatti, editora Seguinte, resenha, Tal Levine, carta

   Algumas pessoas reclamam do Brasil, mas talvez elas não tenham ideia de como é a vida na Faixa de Gaza ou em Jerusalém, nem imaginem como é viver odiando e sendo odiado por uma pessoa simplesmente pelo fato de você ter nascido em outra religião. Reclamam de alguns programas da tv aberta brasileira, mas não sabem o que é ver notícias sobre atentados e mortes na tv, rádio e jornal como uma coisa rotineira.
    A história é tão bem escrita que é possível sentir o clima de tensão dos habitantes daquela região, segurar o fôlego ao virar a página por temer o que pode acontecer com os personagens.
   Mesmo sendo um livro pequeno, li devagar, por medo do que aconteceria no final. Só conseguia ver duas possibilidades: a primeira seria um final feliz e pouco real, a segunda seria um final trágico e triste. E aí, a autora me surpreendeu com um final quase que metafórico: é preciso ter esperança!
   Enfim, "Uma garrafa no Mar de Gaza" é um livro lindo, tocante e inesquecível, que aborda os conflitos  do Oriente Médio de uma forma muito direta e real.
   "Eles nem percebem mais que suas guerras ferem, cada vez mais violentamente, aquela que dizem amar, e que de certa forma estão destruindo." (página 15)
   Se cada livro lido me deixa um ensinamento, com "Uma garrafa no Mar de Gaza" aprendi que:
   "Eu ri, porque é bem engraçado ver um primeiro-ministro cantar, e desafinado ainda por cima, mas mamãe me disse que era falta de educação, que ele estava se esforçando e que não devíamos zombar das pessoas cheias de boa vontade" (página 35)

   Sobre a autora:
sobre a autora, Livro, Uma garrafa no Mar de Gaza, Valérie Zenatti, editora Seguinte

      Desejo que um dia a Paz possa reinar em Gaza. E que Tals e Gazamans possam conviver em harmonia e com liberdade.

   Detalhes: ISBN: 9788565765022, 128 páginas, Skoob. Onde comprar online: Submarino, Saraiva.

   Espero que vocês tenham gostado do post.
   Até semana que vem!
Maria (blogTwitterfanpage, G+Instagram)

Um comentário:

  1. muito interessante o livro. gostei
    e desejo o mesmo, que muitos tals e gazamans se entendam e volte a paz.
    adorei sua visitinha, apareça sempre
    respondendo a sua pergunta....acho que o roberto carlos nunca foi vegetariano!!

    Flavia
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