sábado, 12 de abril de 2014

Bater ou não bater, eis a questão

Olá amigos do Boteco, quem não me conhece sou Claudio Chamun, o autor do blogue Histórias, Estórias e Outras Polémicas e integrante deste projeto onde amigos blogueiros se juntam para miscigenar estilos e cultura "bloguísticas" e artísticas.
Eu vou compartilhar com vocês contos e crônicas, alguns divertidos outros nem tanto...
A postagem de estreia  é uma das minhas obras que eu mais gosto.
Boa leitura.
Beijos e abraços, cada um pegue os seus.

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Certa vez, eu passei um feriado conversando com três mulheres maravilhosas. Infelizmente, apenas conversando. Bom, deixa para lá. O fato é que elas me convenceram que a mulher naquelas horas gosta de apanhar.
Agora imaginem um cara romântico, em um paraíso como Paraty, recebendo dicas de três belas mulheres de como bater na parceira, que ele sempre achou que era para ser tratada com carinho. Eu nunca tinha imaginado isto. Fiquei pensando: “Todas as mulheres com quem tive relacionamento deviam ter vocação para freiras, pois nenhuma delas me pediu. E olha que alguns dos relacionamentos foram longos. Ou seja, mas que íntimo para pedir uma porradinha de vez em quando”. 
O problema é que as Divas de Paraty foram tão convincentes que criaram um monstro. Naquele momento passei a olhar diferente para uma mulher. Em vez de pensar naquelas pernas para alisar, no pescoço para beijar, ficava pensando onde bater sem deixar marcas. Afinal, existe a tal delegacia da mulher e a lei Maria da Penha. É claro que isto é uma incoerência, se gosta de apanhar porque dar queixa? Porém, uma mulher enciumada pode fazer tudo. Já pensou ouvirmos a frase:
“Seu sem vergonha aposto que tu bateste mais nela do que em mim” ou então “Tu nunca bateste em mim deste jeito”.
O fato é que as musas de Paraty fizeram aparecer meus instintos mais primitivos. Eu não pensava mais em outra coisa e ficava pensando quem seria a próxima vítima, quer dizer felizarda já que elas gostam.
Entretanto, a grande verdade é que, logo eu, um dos últimos cavalheiros do século XXI, que abre a porta do carro, que pega no colo, manda flores e liga no dia seguinte, como poderia pensar em bater em uma mulher?
Então, eu entrei em conflito comigo mesmo. O meu eu interior passou a brigar com o meu outro eu. E eu não sabia mais quem era eu. “Ala putia” quanto “eu”, é por isto que nem eu me entendia mais.
Após ter compilado todos os fatos, achei que tinha a solução para meu caso e para quem mais enfrenta uma crise existencial como esta. Convidaria a moça para um jantarzinho romântico, deixaria escolher o local, abriria a porta, a pegaria no colo, fecharia a porta e desceria a porrada. No dia seguinte levaria flores no hospital. Assim continuaria sendo um cavalheiro e daria o que a moça desejava: as porradas e o dia seguinte.
No entanto, o meu conhecimento e experiência não permitiria agir desta forma. Afinal, não foi esta educação que recebi de meus pais, mas o workshop ministrado pelas rainhas de Paraty não saía da minha cabeça, e o que elas mais enfatizaram, além de que eu fui um banana todo este tempo, é que a mulher que realmente gosta não pede, fica esperando. Elas insistiram em me dizer, ou me ensinar que as quietinhas são as piores, ou as melhores, depende do ponto de vista. Então, ao buscar uma segunda, ou melhor, quarta opinião, uma amiga me disse o seguinte:
– Aborde o assunto como se fosse um amigo que tem uma namorada que gosta. Então verás a reação da parceira sobre o assunto.
Achei a dica interessante. Logo, fiquei esperando a oportunidade, pois apesar de bater, não fazer parte do meu perfil, eu não queria ficar desatualizado e passar por um bocó.
Então, chegou o grande dia. Conheci a Ritinha, tão “mignonzinha”, delicadinha, carinhosinha e muito mais “inhas” que um homem pode imaginar. Como que uma coisinha destas vai gostar de levar uns tapas? Aí eu me lembrei de mais uma das recomendações das Deusas de Paraty: “Lembre-se! Quem vê cara não vê coração”.
Como a Ritinha, apesar de todos “os inhas”, não queria perder muito tempo,   no caminho eu falei:
– Sabe? Eu tenho um primo cuja esposa gosta de levar uns tapas na hora do “vamos ver”.
Para minha surpresa ela respondeu:
– Nossa gente! Tapa na cara é tudo de bom.
Pensei comigo: “Bom, ela gosta. Não posso desapontar”.
Chegando ao local, mal entramos e já lasquei um tapa na cara. Achei que tinha me excedido, mas a expressão do seu rosto dizia tudo. Ela me deu um sorriso me chamou de meu amor e me devolveu o tabefe. Bem, eu não gosto de apanhar, mas eu não podia reclamar. Não naquele momento, pelo menos. Então, eu enfiei outro tapa e inspirado no Brad Pit em Sr. e Sra. Smith disse:
– Vem para o papai. 
Nem terminei de falar, ela veio com tanta vontade que enfiou o joelho nos meus países baixos. Eu caí sobre a cama e ela pulou em cima de mim dizendo:
– Acho melhor você vir para a mamãe.
Neste caso achando apelação a empurrei de cima de mim e levantei-me para acabar com o assunto porque não tinha vontade de mais nada. Porém, mais rápido que um foguete ela saltou na minha direção gritando que estava muito a fim e mandou um direto de direita. Foi-se um dente. Nem senti a dor direito e veio um cruzado de esquerda e foi-se outro dente e eu a nocaute beijando o piso.
Eu só a escutava gritando e pulando em cima de mim:
– Quero mais! Quero mais meu gostoso.
A partir daí só eu me lembro de sirenes e luzinhas vermelhas e quando acordei no hospital. Enquanto eu ainda respirava por aparelhos soube que a Ritinha passou a namorar um lutador de UFC.
Hoje fujo das bruxas de Paraty e procuro namoradas em conventos.

Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança é a mais pura coincidência.
O modelo da foto não sofreu maus tratos.


14 comentários:

  1. kkkkkk isso ná é tapinha é espancamento afffff...
    Mas claro a culpa é das bruxas de Paraty rsrsr

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  2. Cláudio, definitivamente, vc é maluco!!! Kkkkkkkkkk...
    E autêntico. Super autêntico.
    Viu só, bom para aprender! Kkkkkkkkkkkkkk...

    Um bjão e melhoras, viu! rs

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  3. Eu já conhecia
    A história é sensacional
    Muito engraçada
    O claudio é muito bom

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  4. Boa noite amigo Cláudio!!!
    Hoje que tive a oportunidade de ler esse seu texto...kkkkkkkkkkkk, cara tu é muito hilário...show!!!
    Tenha um domingo mega abençoado!!!
    Abraços da Bia!!!

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  5. rsssssssssss...Muito bom! abraços,chica

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  6. Olá!
    kakakaka, comecei lendo e pensando, estou fora, kkkk, affff....mas e a curiosidade de ver como ia terminar?!?!?
    Mto bom!!! Tem gosto para tudo!!!! kkkkk
    Um super bjo!

    Alê- Bordados e Crochê
    Fã Page

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  7. Olá Claudio, boa noite!
    Rapaz que história é essa, afinal, tem gosto pra tudo não é mesmo?
    Em vez de fazer amor é sopapo pra todo lado.
    Como sempre seus contos nos prendem do começo ao fim...Esse é muito engraçado.
    Beijos com carinho
    Marilene

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  8. kkkk
    Eu já tinha lido no blogue do autor.
    é muito boa.

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  9. Eu já tinha lido no Blog pessoal,
    É sensacional.

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