domingo, 27 de abril de 2014

A eterna juventude, de Eliane de Lacerda

          Hoje o Boteco recebe a ilustre Eliane de Lacerda, autora do blogue Eliane LacerdaAs letras correm em suas veias e ela respira poemas, crônicas e contos. Escreve com a intenção de falar do cotidiano; das emoções humanas, dos traumas, das decepções, do amor louco e desvairado. Sempre tem  o desejo de mostrar ao leitor, que através da leitura podemos nos modificar e alçar grandes voos. 
A eterna juventude

          A vida tem me proporcionado momentos de intensa reflexão, uma indecisão toma conta de meus pensamentos, imagino situações futuras em lugares diversificados, mas não consigo tomar a decisão, dar o primeiro passo, talvez por medo do desconhecido, por receio de “não dar certo”, e não ter mais a juventude para recomeçar e a coragem para agir no momento certo, na hora exata .Com a maturidade ficamos mais propensos a não arriscar, a pisarmos sempre em terrenos conhecidos, perdemos o espírito aventureiro. Reconheço que preciso me certificar do sucesso, antes de caminhar na direção imaginada e desconhecida.
          Os valores se misturam, percebo mesmo uma mudança radical na classificação dos mesmos, pois as prioridades se mesclam e tudo fica mais fácil e simples. Passamos muitos anos em nossa vida em busca dos bens materiais, depois descobrimos que não são o essencial para a nossa felicidade, pois só nos sentimos verdadeiramente felizes, quando percebemos que a família é nosso “grande tesouro”, embora muitas vezes não tenhamos mais a oportunidade de estarmos perto dos que amamos tanto.
          Quando então nos olhamos no espelho, percebemos que a vida passou, que o tempo correu, não há mais motivo para grandes preocupações, temos que sorrir, encontrar com os “grandes” amigos, gargalhar sem conta, não fazer planos futuros, o nosso futuro  é o “hoje”, o “agora”, tudo mudou e não há motivo para pensar no “amanhã”.
         “Meu caminho é cada manhã, não procure saber onde estou, meu destino não é de ninguém ,eu não deixo meus passos no chão, se você não entende e não vê, se não me vê e não entende, não procure saber onde estou, se o meu jeito lhe surpreende”...
         As grandes paixões, que tanto nos fizeram sofrer, ficaram no passado, hoje queremos amar, mas amar sem sofrimento, sem medidas, sem limites, amar infinitamente... beijar com mais doçura e encantamento,  pois a vida é selvagem e precisamos nos comportar como verdadeiros felinos, para que possamos nos enquadrar na sociedade e disputar nossos grandes beijos e nossas armadilhas já não são baseadas na beleza física, mas nossa intelectualidade, no nosso comportamento, na nossa dignidade e na nossa capacidade de viver o “HOJE!”
“Somos tão jovens...tão jovens”...



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3 comentários:

  1. É uma excelente poeta, acompanho parte do seu trabalho pelo blog.
    Ótimo post!

    O POETA E A MADRUGADA
    opoetaeamadrugada.blogspot.com

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