Sou, de Marilene Domingues

A nossa convidada desde Domingo é a paulistana Marilene Domingues Serafim de 60 anos, casada, dois filhos que são a razão de sua minha vida e o maior presente que recebeu de Deus. Ela vive a vida na sua simplicidade amando as flores, pássaros e tudo que vem da natureza. É romântica, mas sem excessos. Gosta de estar em contato com o mar, que a tranquiliza e revigora suas forças perdidas no dia a dia. No tempo que lhe sobra, gosta de ler e blogar. Para ela, isso é mais do que uma gostosa e intensa terapia. 
Autora do blogue Marilene – Folhas, Flores e Sutilezas, ela nos presenteia com seu poema Sou que a retrata. 

 Sou

Sou...Preto de copas (cartas)

Sou a falta do que não tive, dos caminhos que não percorri,

Dos sonhos que foram ficando, pelas ruas em que vivi...

Sou a falta do passado, que tão fugaz se fez,

Querendo na vida amar, só encontrou no amor escassez...

Sou a espera inquieta, que procura sossegar,

O coração que espera, o sonho que vai chegar...

Sou a imensidão do céu, pássaro a querer voar,

Mas as algemas nos pulsos, me impedem de voos alçar...

Sou a alma transparente, que na paz adormeceu,

Querendo o sonho viver, neste sonho se perdeu...

Sou feita de abstratos, tenho o coração a sonhar,

Mas na minha realidade, o sonho se desfaz no ar...

Sou alguém que procura, viver com  suavidade,

Deseja subir até as estrelas e trazer pro coração mais claridade...

Sou o que sou sem medo, das tristezas e dores que a vida traz,

Choro meu choro, dou meu riso e sigo com ela em paz...

Sou a espera incessante, de um dia poder achar,

Um coração suscetível e a mais linda flor ali plantar...

E nesse sou de tanta falta, que eu consiga plantar a flor,

Sem disfarces e sem máscaras, ver nascer o verdadeiro amor...

E nessa mistura toda, entre calmaria e terremoto, sou feita de esperança,

De querer bonito, de sorriso franco, não posso perder meu arco-íris e nem da vida essa dança...

E assim eu vou vivendo, entre sonho e realidade,

Tentando fazer da vida uma festa, que dure a eternidade...

E nesse sou tão confuso, caótico as vezes até, não quero perder a magia,

De cultivar um jardim e fazer feliz o meu dia...

Desde já agradeço o carinhoso convite e estou muito feliz por poder participar do Boteco dos Blogueiros com o meu poeminha.

Abraços com carinho,

Marilene

PS: Este poema ficou entre os 4 mais votados no 9º Pena de Ouro, evento patrocinado por Lindalva no Ostra de Poesias.


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