segunda-feira, 10 de agosto de 2015

MANHÃS DA INFÂNCIA



Alvoreceu — lá, no alto do morro
As gotas do orvalho vestem as campinas
No céu, inertes nuvens cinzas
A sombrear a estradinha que percorro

Aqueço as mãos com um sopro longo e quente
Cubro as orelhas com um velho gorro
Não posso atrasar, apresso o passo e corro
Um dia qualquer para uma alma penitente

Do alto da ponte um rio transbordante
Água corrente, límpida, cintilante
Natureza morta que vida transborda

Alvoreceu — numa manhã qualquer de inverno
Nos campos de minha infância, eterno
Habitante da memória de um ser do agora.

© Girotto Brito

2 comentários:

  1. Olá, Dênis.
    Talvez o que a gente busca é mesmo um alvorecer de nós.
    Tenho um poema sobre a noite que me parece a introdução a esse. Dá uma olhada:

    http://levemediocridade.blogspot.com.br/2015/08/nighty-you.html

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  2. Verdade, Vitor.
    Vou olhar.
    Agradeço a visita!

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