Everson
é um cara tímido, mas muito observador. A empresa em que ele trabalha é repleta
de garotas bonitas. Porém, ele se interessou realmente por Gabrielli, que
conheceu no elevador.
Várias
meninas o acham simpático e se interessaram muito mais pelo seu perfil
intelectual do que pela beleza, que realmente lhe falta.
Ele não
tem coragem para abordar seu amor platônico, então fica olhando a distância.
Todos
os dias, na hora do almoço, ele procura sentar-se a mesma mesa ou muito próximo
para poder ficar perto e escutar a voz de Gabrielli. Quando
ela não aparece, Everson fica desolado e se isola em um canto afastado no pátio
da empresa.
Ele foi
chamado a atenção várias vezes por seus colegas e seu chefe por deixar a
desejar no trabalho, pois ele fica aéreo em pleno expediente quando fica
sonhando com a mulher que deseja.
O que
mais o atrai em Gabrielli é o seu jeito diferente de ser. Para ele, nenhuma
mulher é como ela.
Como o
horário da empresa é padrão ele aguarda na fila do elevador, passando a vez,
até que ela chegue para que ele possa entrar junto e admirá-la. Algumas
vezes, por ser gentil ao segurar a porta, ele ganha sorrisos.
Em
casa, ele se confina no quarto, desliga o telefone e fica admirando o retrato
de Gabrielli que furtivamente fotografou, viajando nas fantasias sexuais como
se fosse um adolescente se descobrindo. Não adianta bater na porta porque os
fones de ouvidos do seu MP4 reproduzindo músicas francesas isolam
qualquer interferência nos seus sonhos. Todo este ritual é uma rotina diária.
Everson
nem se alimenta direito. Ele, com o prato cheio a frente, fica mexendo na
comida com o grafo e olhando em direção daquela mulher que tanto ama. Nas
refeições caseiras, ele faz a mesma coisa só que imaginando Gabrielli a sua
frente. A única coisa que ingere é a Coca-Cola cuja latinha só larga para
pegar outra.
A
situação de Everson fica tão complicada que seus amigos resolvem agir. Eles
apresentam várias meninas para ele, uma mais linda que a outra, mas Everson é
fiel aos seus sentimentos. Por isso, nenhum dos relacionamentos arrumados dá
certo. Então, o amigo mais fiel, mesmo contra vontade, resolveu ajudá-lo a
encontrar a felicidade.
Seus
ditos amigos não queiram que ele se relacionasse com Gabrielli por causa de seu
jeito nada convencional, mas Pierre prefere ver o amigo feliz e sadio do que
ficar atolado em um preconceito antigo e fora da razão.
Pierre
conversa com Gabrielli e explica a situação. Ela se emociona em ainda existir
alguém tão sensível e romântico e fica ansiosa para conhecer Everson mais
intimamente.
Em uma
combinação secreta, Pierre e Gabrielli armam um falso encontro entre os dois
amigos.
No bar,
enquanto Everson fica aguardando Pierre, que sabemos que não virá, Gabrielli
aparece e diz que levou um bolo e que se lembra de Everson, mais propriamente
do elevador da empresa, e pergunta se pode sentar. Gaguejando,
mas felicíssimo, Everson permite e consegue então conversar com a sua musa.
Eles
tomam alguns drinques, dão risadas e Gabrielli percebendo a timidez dele toma a
iniciativa e o beija. Everson fica alucinado e quer mais.
Após
este momento, ele se transforma em outra pessoa. Sua timidez vai embora e dá
lugar a um homem que passa a tomar todas as iniciativas. Agora é a vez de
Gabrielli ficar alucinada.
Ambos
nunca tiveram uma experiência como esta. É tudo diferente de tudo que já tinham
passado ou realizado. Eles se sentem amados, desejados e estão muito felizes. Parece
que foram feitos um para outro.
São
horas de beijos, abraços e outras carícias.
Quando
a coisa está ficando quente eles resolvem ir para um lugar mais aconchegante,
pois para seus propósitos, este bar já está pequeno demais e sem privacidade
alguma. Como eles não têm carro, embarcam em um táxi e pedem para irem a
região de motéis.
A
libido deles está tão forte que o taxista resolve ir para o motel mais próximo
e pede para que eles desçam.
O casal
apaixonado nem liga para o fato. O que realmente querem é um lugar só deles.
Quando
chegam ao quarto, Gabrielli começa a despi-lo e dizer que ele é a melhor coisa
que aconteceu em sua vida, então é a vez dele. Só que ao despi-la, Everson
repara que Gabrielli não é uma mulher comum. Na verdade, ela é uma mulher em
corpo de homem. Ele fica desesperado com vontade de bater nela, quebrar tudo,
gritar, fazer escândalo, mas mais forte do que a raiva é a fidelidade ao seu
sentimento.
Ao se
lembrar dos sorrisos do elevador, das horas de almoço, de quando sonhava
acordado aliviando a tensão no refúgio pessoal do seu quarto, ele canaliza toda
violência sentida para o seu desejo reprimido de tanto tempo que aumentou
exageradamente nas últimas horas. Então, ele a toma em seus braços, a coloca na
cama e dá a eles uma noite de amor que jamais sentiram em suas vidas.
Esta é
uma obra de ficção. Qualquer semelhança fica a critério da sua imaginação.
Interessante, muito bacana o texto.
ResponderExcluirOlá Claudio, ultimamente acho que não é nada difícil que esse tipo de coisa aconteça. Só me admirou ele ter topado continuar mesmo sabendo da real situação.
ResponderExcluirBeijos com carinho
Marilene
Espetacular.
ResponderExcluirQue fim sensacional.
Eu estava esperando um clichê, nada contra, mas mais comum.
Porém fui surpreendida.
Surpreendente o final
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